Toda vez que eu desviro um terno para o avesso, penso:
-Como pode ser tão simples e tão inteligente?
Uma das coisas que mais me encantam no paletó é o quanto ele é leve, fino (sem muitas camadas), totalmente estruturado pelo fio do tecido e, acima de tudo, confortável (sim, eu provo vários ternos que passam por mim.
Alguns (novos e sem uso) chegam para ajustes no punho (como a redução da manga) ou, mesmo, quando uma calça pede ajuste, o dono traz o jogo todo para fazer a prova. É nessa hora que eu visto alguns (principalmente depois do expediente) e sinto o deslizar do forro pelo meu braço.
Quando a gente pensa que o terno foi criado na França no século XVIII, automaticamente penso nas roupas que as mulheres usavam naquela época e a diferença é díspare: vestidos pesados, imensos, espartilhos e todo o inferno que a vestimenta já foi.
Claro que o terno ganhou leveza com o correr do tempo -e a roupa femina também- ainda assim, é impossível não mexer nessas peças e pensar na história por detrás de suas criações.